Há muito tempo quero esclarecer essa questão, uma incógnita para nós mulheres à beira de um ataque de nervos e para os homens que sofrem com os nossos surtos. Sim, sim... eu me inclui na maioria. Um dia, claro que numa mesa de bar pra lá de animada, um amigo do meu irmão começou a divagar sobre o quanto a “pista” está complicada. Segundo ele, encontrar uma mulher que não surte é difícil. Por mais carinho que o homem possa dar parece que nada basta para que ela se sinta segura o suficiente para entrar numa relação a dois sem reservas.
Eu, claro, fiquei na minha, mesmo porque concordo com ele, tanto sobre as mulheres quanto sobre os homens, que, no nosso caso, nos parecem confusos e também obcecados por nosso passado. Acho, na verdade, que a maioria tem medo de se entregar a uma mulher cujas histórias vividas podem vir a “denegrir” a imagem de garanhão ou de super-homem (sem querer ser pejorativa) que desejam manter a curto, médio e a longo prazo.
No decorrer da narrativa, acompanhada atentamente por mim, uma amiga e meu irmão, o garoto de 27 anos disse que adorava namorar, inclusive que havia terminado um namoro de nove anos recentemente. Sem ignorar uma necessidade visceral de me manter fiel com a verdade, escrevo suas exatas palavras: “Namorei nove anos e nunca fui santo, confesso. Mas juro que pelo menos em dois anos do nosso relacionamento me mantive fiel”. Paradoxo é a palavra que, no mínimo, descreve esse discurso machista. Perplexidade e revolta foram duas que me ocorreram na ocasião. E ele ainda pergunta por que as mulheres surtam?
Falei para o garoto, porque homem ele não é (ainda), se colocar no lugar da tal namorada, que por mais que não soubesse das coisas que ele fazia enquanto ela dormia em casa, nada poderia justificar tamanha falta de consideração com alguém que ele jurava amar. Acredito piamente – e acho que falo por todas nós que às vezes surtam – que perdemos a cabeça quando algo assim acontece, pois acabamos sempre por descobrir tempos depois. Para vocês homens faço duas perguntinhas: por que namoram se querem galinhar? Por que falam “sou sincero; você é linda e especial; nunca vou te magoar etc” se isso nada significa?
No meu caso, por exemplo, terminei o relacionamento com a minha pessoa especial há quatro meses e vinte e oito dias (para vocês verem como eu superei! rs) e até hoje sofro. Rompemos porque ele teve ciúmes de uma relação superficial e insossa que mantive há nada mais nada menos do que cinco anos atrás com um conhecido dele. Fato este que eu só tive conhecimento na data em questão. Ele, minha pessoa que infelizmente continua especial, preferiu jogar no lixo um relacionamento baseado na confiança mútua, total simbiose, na paixão, admiração e no respeito por um fantasma que para mim de nada valeu. É a velha expressão by século XIX: “Minha mulher não pode ter sido um passatempo. Minha mulher não pode ter se deitado (termo bem século retrasado!) com um cara que é meu conhecido”. Mesmo que tenha sido há cinco anos(?).
Resumo da Ópera, como diz uma amiga, depois de um mês ele já estava com outra. Enquanto eu continuo aqui surtando e arrastando corrente. Agora eu esclareço: sempre damos um voto de confiança a vocês, já que queremos acreditar que se importam e são sinceros, mas quando descobrimos, cedo ou tarde, que tudo não passava de uma mentira surtamos. E pior, resgatamos essas neuroses sempre quando nos vemos novamente envolvidas. Por isso que tanto homem solteiro não encontra namorada e é por isso que tanta mulher a procura não encontra um cara legal. Vocês finalmente conseguiram fazer com que os sexos opostos sejam incompatíveis. Felizes são os homossexuais que são volúveis, mas se entendem e se respeitam assim mesmo.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
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Hahaha! Mariana, muito bom.
ResponderExcluirO que gosto no seu blog: ele é confessional sem ser chato. Ele é informativo sem ser imparcial. Ou seja, ele é na medida certa. Despretensioso e gostoso de ler. A sua cara!
Beijos.
mais um bom blog abandonado no mar da internet.
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